Santa Cecília pertencia à mais alta nobreza romana. Rica, bela, bondosa, é exaltada como modelo perfeito da mulher cristã. Proprietária de muitos bens, doou uma casa que foi transformada numa igreja e um terreno em que foi construído o cemitério de São Calisto. Cecília ia diariamente à missa presidida pelo Papa Urbano, no cemitério da Via Ápia, onde era ansiosamente aguardada pelos pobres que a esperavam e que dela recebiam generosas esmolas. Aos fatos reais de sua vida se misturam algumas lendas. Embora tivesse feito a promessa de consagrar-se totalmente a Deus, seus pais a casaram com Valeriano. Contam que somente na noite de núpcias ela revelou ao marido a promessa que havia feito de se conservar virgem. E lhe disse: “Se você respeitar meu voto, Deus o amará como me ama”. A partir desse diálogo teve início a conversão de Valeriano. Este foi levado mais tarde à presença do Papa Urbano e passou a participar do mesmo ideal de pureza da esposa. Seu irmão Tibúrcio também se converteu e ambos foram batizados. Esses fatos que a princípio podem parecer frutos de uma piedosa fantasia, são de certo modo comprovados pela existência dos túmulos dos mártires Valeriano e Tibúrcio, no Cemitério de São Calisto. Cecília foi presa em sua casa na via Ápia, por haver dado sepultura aos corpos do marido e do cunhado. Dizem que, quando o prefeito lhe lembrou que tinha sobre ela poder de vida e morte, ela respondeu: “É falso, porque podes dar-me a morte, mas não podes dar-me a vida”. Cecília foi condenada a morrer por asfixia, mas sobreviveu, sendo então decapitada. Como tocava e cantava muito bem, e a lenda diz que, quando os carrascos faziam barulho para martirizá-la, uma música maravilhosa se fazia ouvir, encobrindo os ruídos das armas e dos materiais de tortura, ela foi declarada a patrona dos músicos. A linguagem da música é universal. E hoje, quando a Igreja celebra Santa Cecília, e a sociedade civil comemora o Dia da Música, Santa Cecília nos convida a colocar a música a serviço do evangelho, a serviço da paz. Ela lembra-nos que os tiros e o barulho das bombas só deixarão de ser ouvidos, quando o mundo decidir acertar o tom e o compasso da música de sua vida, com o tom e o compasso da música de Deus, o dono da vida, o autor e inspirador de todas as belas e melodiosas sinfonias que enchem o universo de alegria e beleza, unem as pessoas e nações, e promovem a justiça e a paz.
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ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA BRASIL |
São Pedro |
Paróquia de |
22 DE NOVEMBRO |
SANTA CECÍLIA |
FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO |
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