São Roque Gonzalez, filho de pais espanhóis,  nasceu em 1576 em  Assunção, capital do  Paraguai. Líder entre os colegas, tinha caráter forte e era muito corajoso. Desde cedo, destacou-se pela prática da honestidade, pela coerência de vida, pelo espírito de oração e pela frequência à Eucaristia. Aos 22 anos de idade, ele foi ordenado sacerdote diocesano e mais tarde ingressou na congregação dos padres jesuítas. Era um homem inserido na  realidade de seu tempo e do meio em que vivia,  atento a assuntos como fome, doenças, catequese, educação agrícola e rural. Inquietava-se muito vendo a conquista e colonização da América ser realizada  por conquistadores sedentos de riquezas e de lucros fáceis e nada preocupados com a pessoa humana.  São Roque Gonzalez dedicou toda sua vida à causa dos índios. Foi o responsável por um estilo peculiar de evangelização junto aos índios guaranis e pela fundação das célebres “Reduções do Paraguai”, numa tentativa de conciliar a cultura indígena com a fé cristã, através do processo de aculturação. Muitos missionários jovens fizeram estágio com ele. Seu repúdio à exploração desumana dos índios acabou por lhe granjear não somente a antipatia dos colonizadores  espanhóis, como também dos feiticeiros e de alguns índios. No dia 15 de novembro de 1628, na aldeia Caaró, atual Rio Grande do Sul, os índios gaicurus, insuflados pelo feiticeiro da tribo que se sentia ameaçado em seu prestígio, o mataram a golpes de machado e de pedra, logo após a santa missa.   Contam que o cacique mandou arrancar-lhe o coração e atirá-lo ao fogo, mas que no dia seguinte, o coração em que se via o furo de uma flecha, foi encontrado intato, entre as cinzas. O coração de São Roque encontra-se hoje numa urna. Com Padre Roque Gonzalez morreram mais dois jesuítas: Alfonso Rodrigues e João de Castillo.

Hoje São Roque Gonzalez que corajosamente assumiu, com novos e criativos métodos de evangelização, a opção preferencial pelos índios, convida-nos a assumir, com o mesmo destemor, a opção evangélica em favor dos mais pobres e das minorias discriminadas. E ele que teve o coração atingido mortalmente por uma flecha, porque colocou o anúncio do evangelho acima de sua própria segurança, nos lembra que nem a perseguição nem a morte têm força suficiente para destruir um coração que se deixa flechar e abrasar pelo amor de Deus.

 

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

19 DE NOVEMBRO

SÃO ROQUE GONZALEZ

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

SANTO DO DIA (voltar)