São Serapião nasceu no século II. Após muitos anos de sangrentas  perseguições, o segundo século do cristianismo terminou com uma certa tranquilidade, já que até então os cristãos só  eram perseguidos se fossem denunciados como tais. Contudo,  precisamente no início do século III, Sétimo Severo, que a princípio mostrou-se tolerante, voltou a combater o  cristianismo e, decidido a impedir sua expansão, proibiu o batismo. Esse decreto  prejudicou a caminhada do cristianismo e abalou sensivelmente as escolas catequéticas, algumas delas muito bem organizadas e  já célebres, como a de Alexandria.  Foi exatamente aí  na cidade de Alexandria, no Egito,  no período de maior tranquilidade para os cristãos do vasto império romano, que se verificou um breve, mas forte foco de intolerância e perseguição aos cristãos, em consequência das provocações arquitetadas  por Fábio, que era bispo de Antioquia, e as quem o bispo Dionísio se  refere como “adivinho maligno e mau poeta”. Em consequência desse movimento muitos cristãos foram presos, flagelados e apedrejados. Entre outros acontecimentos, o bispo Dionísio narra  que os perseguidores submeteram uma virgem chamada Apolônia a desumanas sevícias e depois a queimaram viva. São Serapião, foi outra vítima. Prenderam-no, aplicaram-lhe inúmeros tormentos, quebraram-lhe as juntas dos membros e depois jogaram-no com a cabeça para baixo, de cima de um quarto situado no alto de uma casa. O culto a São Serapião  floresceu quando Floro,  a partir de dados colhidos no livro “A História Eclesiástica”,  do renomado  historiador Eusébio de Cesaréia, introduziu no seu Martirológio todos os mártires de Alexandria, Posteriormente o cardeal colocou o nome de São Serapião no Martirológio Romano.

 No passado muitos foram perseguidos e tiveram suas vidas ceifadas pelo simples fato de serem cristãos. Hoje, embora a Constituição garanta a liberdade de culto, continua não sendo fácil viver a fé cristã numa sociedade como a nossa,  onde os poderosos meios de comunicação oferecem cenas de  hedonismo e violência e aplaudem a dissolução da família, onde o lucro vale mais que o  trabalho e o trabalho  mais que o trabalhador. Não é fácil viver a proposta do Evangelho num mundo onde são  gritantes  as situações de injustiça, corrupção e impunidade e a vida não é o valor supremo.  Mas renunciar a lutar contra esses inimigos  é renunciar a ser discípulo de Jesus, é renunciar ao cristianismo.

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

14 DE NOVEMBRO

SÃO SERAPIÃO

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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