Segundo uma antiga tradição, Santa Rosália, era filha de Sinibaldo, descendente de Carlos Magno. Nasceu em 1130, em Palermo, Itália e viveu durante algum tempo na Corte da Rainha Margarida, esposa do rei Guilherme I da Sicília. Como era muito bonita  e a beleza física era naquele tempo considerada um perigo para a alma, quando completou 14 anos ela  decidiu fugir do mundo. Um dia, à noite,   deixou a casa paterna, levando apenas um crucifixo, alguns livros e  a regra dominicana e, para entrar em contato  com as regiões mais profundas de seu ser, foi viver como eremita,  numa gruta no monte Quisquina onde passou alguns meses. Temendo ser encontrada partiu para mais longe, para o Monte Pellegrino onde viveu os últimos 16 anos de sua vida, entregue ao jejum e à penitência. Morreu  em 1160, aos 30 anos de idade, mas seu corpo não foi logo encontrado. Passados alguns séculos,  em outubro de 1623, ela apareceu em sonho a uma mulher doente,  mandando-a ir em peregrinação até o monte Pellegrino. A mulher não deu crédito ao sonho e não obedeceu. Em maio de 1624 novamente Rosália lhe apareceu, indicando-lho o local onde se encontravam seus restos mortais. No dia 15 de julho desse mesmo ano  seus ossos foram encontrados, mas sem qualquer inscrição, o que se levou a duvidar que fossem ossos humanos. No mês seguinte, em agosto, dois pedreiros que trabalhavam no convento dos dominicanos, encontraram uma gruta com uma inscrição  que dizia: “Eu, Rosália Sinibaldi, pelo amor de meu Senhor Jesus Cristo, decidi morar nesta gruta, em Quisquina”. O arcebispo de Palermo nomeou  uma comissão de peritos,  médicos e teólogos para estudar o caso, e em fevereiro de 1625 a comissão pronunciou-se pela autenticidade das relíquias. Esse fato reacendeu a devoção popular e em  1630 o Papa Urbano VIII inseriu o nome de Rosália na lista dos santos. Por acreditarem que por sua intercessão Deus fez muitos milagres e em 1625 livrou de uma epidemia de peste a cidade de Palermo, Santa Rosália é venerada  como padroeira dessa cidade. Os habitantes de Palermo celebram anualmente duas grandes festas em sua honra: uma em 15 de julho e outra em quatro de setembro.

Hoje Santa Rosália, que preferiu o anonimato, a vida de oração e penitência ao barulho da Corte,  nos diz  com seu testemunho de vida, que a vida é muito mais do que o barulho dos palcos, das passarelas e dos shoppings  A vida  não é ter, mas ser. Por isso, como Santa Rosália, precisamos de vez em quando nos “retirar” do barulho do mundo para, na busca solitária de nosso mundo interior, alcançar a Deus, sem o qual jamais gente, pessoa por inteiro.

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

04 DE SETEMBRO

SANTA ROSÁLIA

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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