Hoje a Igreja celebra a festa da Transfiguração do Senhor ou a Festa do Senhor Bom Jesus.  Narra o Evangelho que Jesus tomou consigo  os três dos discípulos mais chegados, Pedro, Tiago e João e levou-os  a um monte  situado no coração da Galiléia e de onde se avista toda a planície ao redor. Aí, no Monte Tabor,  transfigurou-se diante deles. Os evangelistas situam o episódio da Transfiguração  no período compreendido entre  o Pentecostes judaico e a Festa das Cabanas. Na ocasião o rosto de Jesus teria ficado resplandecente  como o sol e  suas vestimentas alvas como  a  luz, enquanto ele conversava  com  Elias e Moisés, personagens bíblicos que o antecederam e que parcialmente prefiguraram Sua missão. A visão deixou os apóstolos de tal maneira entusiasmados que já nem queriam  descer à planície, e Pedro, afoito como sempre, propôs construir no local três tendas: uma para Jesus, outra para  Elias e outra para Moisés. Ao transfigurar-se Jesus tinha alguns objetivos: confirmar a declaração de Pedro de que ele era realmente o Filho do Deus Vivo, enviado pelo Pai,  fortalecer os apóstolos para os dolorosos acontecimentos de sua paixão e morte que estavam por vir, e finalmente dar-lhes a certeza de que sua morte não seria o fim de tudo, mas que tudo recobraria o sentido, quando o Pai o ressuscitasse. A Festa da Transfiguração foi primeiramente celebrada pelos gregos, com o nome de Festa da Metamorfose, isto é, da Transformação e, no  século VII, já era conhecida pelos sírios ocidentais com o nome de Festa do Monte Tabor.  A festa espalhou-se, chegou à França e à Itália na Idade Media e, em seis de agosto de 1457, o Papa Calisto III estendeu a celebração a toda a Igreja .  Na Festa  da Transfiguração, nós veneramos a imagem do Cristo coroado de espinhos, mas com as chagas cobertas por um manto, para  mostrar que o Cristo sofrido, despido e  chagado da cruz, e o Cristo transfigurado e resplandecente do Monte Tabor, são a mesma pessoa.

Como aconteceu com os três apóstolos, também hoje muitas vezes  preferimos uma religião  só de aleluias,  e  relutamos  em descer para a planície, que é onde a história acontece. É gostoso ficar em Jerusalém, lugar da templo e da oração, mas é indispensável que desçamos à planície, que é o lugar do conflito, do encontro com o irmão que vive caído à margem da estrada. Nenhum cristão tem o direito passar ao largo, porque é aí, na planície,  na estrada de  Jericó,  no lugar  dos assaltos e sobressaltos,  dos problemas e das injustiças,  que a dor  e o amor se dão as mãos,   que o pecado e a misericórdia de Deus se cruzam. 

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

06 DE AGOSTO

TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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