Santa Cristina,  a padroeira da Bolsena,  era filha de Urbano, um oficial do imperador. Embora alguns documentos latinos indiquem que ela nasceu em Bolsena,  outros documentos escritos em grego, indicam o lugar de seu nascimento como sendo em Tiro, na Fenícia. Era pagã e extraordinariamente bonita. Converteu-se ao cristianismo e o pai, para fazê-la renunciar à fé cristã e assim livrá-la da perseguição movida contra os cristãos pelo império romano, trancou-a numa torre, em companhia de 12 servas. Cristina,  em sinal de desprezo aos ídolos romanos, despedaçou as preciosas estatuetas dos deuses e deu o metal aos pobres. O pai, indignado,  mandou  castigá-la, flagelá-la e trancafiá-la num cárcere. Como ainda assim ela  permanecesse fiel à sua fé,  ele a entregou aos juízes que lhe aplicaram terríveis suplícios. Como nem os suplícios  conseguiram demovê-la,  seus algozes partiram para uma solução  final: amarraram uma pedra em seu pescoço e   jogaram-na no lago. O corpo  porém boiou e foi dar na margem. Enfurecidos, os juízes a condenaram a torturas ainda mais terríveis, como mordidas de cobras venenosas, fornalha superaquecida e corte dos seios. Por fim, vendo que ela permanecia inabalável em sua fé, e não tendo mais torturas a inventar,  mataram--na com dois golpes de lança. Santa Cristina começou a ser venerada no  século IV. Pelos numerosos testemunhos históricos e inúmeras  descobertas arqueológicas, sabe-se que foi construído um cemitério subterrâneo junto a seu sepulcro, e sua figura aparece  entre as virgens mártires nos mosaicos da igreja de Santo Apolinário  de Ravena, que foi construída no século VI. Muitos artistas pintaram quadros, retratando episódios de sua vida,  confirmando, em grande parte, o que os documentos diziam a seu respeito. 

Hoje, infelizmente, o povo tem  memória curta e esquece com extrema facilidade as pessoas que um dia passaram por suas vidas e os acontecimentos que fizeram sua história.  Mas há pessoas que jamais podem ser esquecidas. São as que, como Santa Cristina,  lutam por aquilo em que acreditam, as que, mesmo em meio às  incompreensões  familiares não traem suas promessas, seus amigos, seus ideais, sua fé e, por eles são capazes de dar o próprio sangue. Como já disse alguém, “de tudo o que se escreve, eu amo somente o que alguém escreve com seu sangue. Escreve com sangue e tu verás que o sangue é espírito”.

 

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

24 DE JULHO

SANTA CRISTINA

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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