Eugênio nasceu na Itália, de família nobre, perto da cidade de Pisa, e entrou na Ordem cisterciense após o encontro com São Bernardo, acontecido em 1138.  Eleito Papa em 1145 teve de fugir de Roma,  para ser coroado, o que aconteceu no dia 18 de fevereiro, no mosteiro de Farfa. O receio de que Santo Eugênio não estivesse à altura de exercer o cargo de pontífice, levou São Bernardo, que era seu irmão  de Ordem e considerado um dos maiores teólogos de seu tempo, a escrever para ele um livro de conselhos que se tornou célebre. São Bernardo - com quem aliás concordavam muitas figuras da Igreja – que   não via naquele homem simples e modesto, condições de dirigir a Igreja,  assim  se expressa sobre Eugênio: “É um filho delicado e sua modéstia está mais habituada ao retiro e à quietude que a tratar de coisas exteriores e é de supor-se que nem saiba cumprir seu apostolado com a necessária autoridade”. No entanto, como a respeito dele escreve mais tarde o cardeal Bosone, seu contemporâneo e biógrafo, “o  Senhor concedeu-lhe tamanha fluência e ciência, que superou em atividade e fama, muitos dos seus antecessores”. Santo Eugênio levou muito a sério a reforma da Igreja e da Cúria Romana, deu atenção especial aos estudos eclesiásticos e presidiu quatro Concílios: o de Paris, Treves, Reims e Cremona. Ele dirigiu a Igreja de 1145 até o dia 18 de julho de  1153, quando morreu.

Hoje a Igreja venera também Áquila e Priscila, dois santos primeiros tempos do cristianismo, que muito colaboraram com Paulo na animação das primitivas comunidades cristãs. Eles eram casados e  originários da cidade do Ponto. Expulsos de Roma  por ocasião da grande perseguição aos cristãos movida pelo imperador Cláudio, foram para Corinto onde encontraram Paulo  que ficou morando e trabalhando com eles na fabricação de tendas. Áquila e Priscila chegaram a arriscar a própria vida para salvar a de Paulo.   

Ainda hoje  são muitos os  que têm dificuldade de aceitar que gente sem maiores arroubos intelectuais, que migrantes e retirantes ocupem cargos de relevância na comunidade eclesial e na sociedade civil. Para os que compactuam dessa dificuldade, Áquila e Priscila, que foram obrigados a abandonar a própria casa, e Santo Eugênio, que foi  alvo do descrédito de seus próprios irmãos no sacerdócio, nos convidam a acolher os estrangeiros, os viajantes, os que não pertencem ao nosso meio, e a despojarmo-nos dos tabus e preconceitos que nos impedem de enxergar os valores e as autênticas lideranças que muitas vezes se escondem sob o manto da simplicidade e humildade.

 

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

08 DE JULHO

SANTO EUGÊNIO

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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