Tomé, palavra que em aramaico significa dídimo e em português, gêmeo, era galileu. Não tinha as atitudes finas dos gregos, era até algumas vezes duro e áspero, mas revelava a sinceridade espontânea do verdadeiro israelita. Tomé era um homem honrado, franco, honesto e, como são Pedro, intempestivo e obstinado. São João, que era amigo particular de São Pedro, parece que gostava muito dele, pois no seu Evangelho o cita nada menos que sete vezes, enquanto os outros três evangelistas apenas citam o seu nome quando dão a lista geral dos 12 apóstolos. Nas três intervenções de Tomé narradas por João, percebemos nele uma pessoa impulsiva, mas de caráter nobre e leal. Quando Marta e Maria suplicam a Jesus, para ir ver Lázaro, e os apóstolos não concordam por achar a viagem perigosa em virtude do clima de revolta reinante e das ameaças dos dirigentes judaicos contra Jesus e seus apóstolos, Tomé não se amedronta e propõe: “Então vamos nós também e morramos com ele”. Quando, na última ceia, Jesus diz aos apóstolos “Vós sabeis onde eu vou e conheceis o caminho”, é Tomé, que, mesmo se arriscando a passar por ignorante, ousa declarar: “Senhor, nós não sabemos para onde vais e muito menos o caminho”. Essa observação presenteou-nos com as inesquecíveis palavras de Jesus: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. A terceira intervenção de Tomé foi após a aparição de Jesus e feita em sua ausência: “Se eu não vir em suas mãos o lugar dos cravos e não puser meu dedo no lugar dos cravos e minha mão no seu lado, não acredito”. Jesus aceita o desafio e volta na semana seguinte, repetindo o gesto de paz e dizendo a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e vê as minhas mãos...” Tomé crê então que o Senhor havia realmente ressuscitado e exclama: “Meu Senhor e meu Deus!”. Foi Tomé quem pela primeira vez chamou Jesus de Deus e Senhor. E foi dos lábios daquele que passou à história como o apóstolo incrédulo, que saiu a belíssima profissão de fé, repetida ao longo dos séculos pelo povo de Deus: “Meu Senhor e meu Deus!”. No mundo de hoje, hábil em endeusar os que têm poder e dinheiro, perito em fabricar deuses e ídolos, mas pouco tolerante com os simples e fracos, São Tomé nos convida a reconhecer Jesus Cristo como único Deus e Senhor, e a reconhecê-lo presente nos nossos irmãos, especialmente naqueles cujos corpos estão abertos em chagas, feridos e machucados pelos cravos e pregos de nosso desamor e de nossa injustiça. |
ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA BRASIL |
São Pedro |
Paróquia de |
03 DE JULHO |
SÃO TOMÉ |
FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO |
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