Barnabé, judeu da tribo de Levi, nasceu na ilha de Chipre, na Grécia. Não fazia parte do grupo dos Doze, mas do Grupo dos 70  discípulos, do qual fala o Evangelho. O seu nome era José, mas os companheiros o chamavam de Barnabé, que quer dizer “filho da consolação”, numa alusão, segundo São João Crisóstomo, à sua bondade e simpatia de caráter. São Lucas o descreve como um homem de bem, cheio do Espírito Santo e de fé. Foi uma das figuras de primeira grandeza na primitiva comunidade cristã. Foi ele quem convenceu a comunidade de Jerusalém a acolher  Paulo de Tarso, o temido perseguidor dos cristãos, a quem havia conhecido na escola do rabino Gamaliel.  Quando chegaram  a Jerusalém notícias sobre o fervor na comunidade cristã de Antioquia, a Igreja de Jerusalém resolveu enviar para lá um homem de confiança. A pessoa escolhida foi Barnabé, que por sua vez convenceu os anciãos a enviar com ele,  como seu colaborador,  o recém convertido Paulo. Em Antioquia os dois realizaram um trabalho extraordinário e foi lá que pela primeira vez os seguidores de Jesus foram chamados de cristãos. Os dois discípulos, apelidados de os apóstolos da gentilidade, porque se dedicaram a evangelizar os pagãos, também chamados de gentios, realizaram juntos várias missões  apostólicas. Mais tarde, embora jamais tivessem deixado de pregar o Evangelho, Barnabé e Paulo se separaram, tomando rumos diferentes. Barnabé foi para Chipre com Marcos, seu sobrinho e o autor do segundo Evangelho, e Paulo dirigiu-se para a Ásia Menor. Barnabé tomou parte ativa no primeiro concílio da Igreja, chamado Concílio de Jerusalém. Escritos apócrifos, isto é, escritos  não reconhecidos como inspirados pela Igreja, dão notícias de uma viagem sua a Roma. Segundo uma antiga tradição, ele morreu em Salamina, capital de Chipre, lá pelo ano 70, por apedrejamento, pelas mãos dos judeus da Diáspora.

           No passado, a confiança que Barnabé depositou em Paulo, sendo praticamente o avalista de sua fé perante a Igreja de Jerusalém, foi vital para a  expansão  do cristianismo. Hoje, quando há ainda muitos que acreditam que a  conversão não está ao alcance dos grandes criminosos e pecadores  empedernidos, São Barnabé, que humanamente falando não tinha quaisquer razões para confiar em Paulo, nos recorda que não acreditar na recuperação do ser humano é não acreditar na força da graça, capaz de transformar  e converter pecadores em santos. Se crêssemos mais na graça e na misericórdia de Deus,  talvez, quem sabe, houvesse mais ‘paulos’ na Igreja e no mundo.

ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

BRASIL

São  Pedro

Paróquia de

11 DE JUNHO

SÃO BARNABÉ

FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO

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