Santa Alice, também conhecida pelo nome de Adelaide e Alida, nasceu em Schaerbeck, perto de Bruxelas, Bélgica, no início do século XIII. Desde pequena mostrou-se dotada de grande inteligência e espírito precoce. Aos sete anos de idade foi acolhida na Abadia beneditina feminina de Cambre, na Bélgica, maravilhando todas as religiosas por sua memória prodigiosa e grande piedade. Era naturalmente amável, prudente e corajosa. Infelizmente, ainda muito jovem, e logo após a profissão religiosa, contraiu uma das doenças mais terríveis daquela época: a lepra. Na Idade Média essa doença condenava todos que eram atacados por ela a uma verdadeira morte civil. Se estivesse fora do mosteiro teria sido isolada, segregada e evitada pelos que temiam contrair a moléstia. Como se encontrava no mosteiro, foi isolada do resto da comunidade e enclausurada para sempre num pequeno quarto que era usado para depósito, e destituído do mínimo conforto. Esse foi sem dúvida o lugar de purificação dessa monja leprosa cujas dores só eram consoladas pela certeza da presença de Deus em sua vida. Santa Alice amava ternamente Jesus e nutria uma devoção profunda ao seu Sagrado Coração, muito tempo antes dessa devoção vir a ser aprovada pela Igreja. Os sofrimentos pelos quais Santa Alice passou foram terríveis. Seus membros se escamavam sob a ação da lepra, e ela perdeu a visão. Aceitou, contudo, de bom grado o sofrimento e o ofereceu a Deus pelo bem da humanidade. Em 1249, em estado de extrema fraqueza, ela recebeu a Unção dos Enfermos, mas sobreviveu, praticamente agonizante, por mais um ano inteiro. Santa Alice morreu no dia 11 de junho de 1250. Foi canonizada por Pio X no dia 24 de abril de 1907. No mundo de hoje, talvez pior que a lepra que no passado atormentou e consumiu a vida de Santa Alice, é a lepra do preconceito, que segrega as pessoas em pleno vigor de sua saúde física e intelectual, por causa da cor da pele, da condição econômica e social. Os depósitos de hoje são as favelas, as encostas, as palafitas, as calçadas, os lugares escuros e sombrios onde são jogados os pobres e deserdados da sociedade, e onde a luz do sol da fraternidade e o calor da justiça, não penetram. Hoje Santa Alice nos convida a dar um fim a esse tipo de lepra que, em pleno terceiro milênio, continua sendo uma vergonha para a humanidade, e em especial para os que se dizem cristãos. |
ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA BRASIL |
São Pedro |
Paróquia de |
10 DE JUNHO |
SANTA ALICE |
FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO |
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