São Jorge é um dos santos mais conhecidos no Brasil. Seu culto, um dos mais antigos e mais espalhados no mundo, começou no século IV e tudo indica que foram os cruzados que o divulgaram. A vida de São Jorge é cercada de muitas lendas. Uma delas conta que perto de Silena, na Líbia, havia um lago de cujo fundo de vez em quando saía um dragão que vomitava fogo e, com seu hálito mortífero, aniquilava tudo o que ia encontrando pelo caminho. Para aplacar a ira do dragão, o povo da cidade lhe levava, todos os dias, duas ovelhas. Na falta de ovelhas, a população sorteava e oferecia ao monstro, jovens da cidade. Um dia, quando a filha do rei foi sorteada, chegou à cidade um corajoso cavaleiro, vindo da Capadócia. Era São Jorge. Movido de compaixão, após fazer o sinal da cruz, partiu em seu cavalo em direção ao dragão e matou-o, atravessando sua boca com a lança. Em seguida fez um sermão à população, que era idólatra, dizendo-lhe que tinha sido em nome de Cristo que ele viera para destruir o dragão. Rei e súditos se converteram e pediram o batismo. O rei ofereceu a São Jorge uma grande soma de dinheiro que ele recebeu, mas como nada queria para si, após distribuí-la com os pobres, seguiu seu caminho. Mas o que parece certo mesmo é que ele foi vítima da perseguição desencadeada por Diocleciano contra os cristãos, foi preso na Nicomédia, torturado e finalmente decapitado. São Jorge é padroeiro de várias cidades da Itália, França, Espanha, Alemanha, Lituânia e Portugal, entre outras. É também muito venerado na Irlanda e é o padroeiro da Inglaterra. Neste país onde goza de muita popularidade, o rei Eduardo III fundou em 1330 a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge, conhecidos como Cavaleiros da Jarreteira. No início do século XV, por determinação do Arcebispo de Cantuária, a festa de São Jorge passou a ser celebrada com tanta solenidade, como a festa do Natal. Seu sepulcro, em Lida, na Palestina onde foi decapitado no início do século IV, é alvo de muitas peregrinações. Hoje, como no passado, o povo continua sujeito à sanha devoradora de muitos dragões. Entre estes, talvez um dos mais mortíferos seja o que atende pelo nome de injustiça institucionalizada. É um dragão perigoso, porque poupa os mais fortes, mas devora com sofreguidão os mais pobres e simples. Esse dragão, como o de Silena, não é, contudo, invencível. Ele poderá ser subjugado no dia em que o povo, unido e organizado, montar o cavalo da cidadania e brandir a espada da justiça em favor de uma nova ordem social, política e econômica. |
ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA BRASIL |
São Pedro |
Paróquia de |
23 DE ABRIL |
SÃO JORGE |
FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO |
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