Os 39 santos mártires de Sebaste nasceram na Armênia e sofreram o martírio por volta do ano 320, durante a perseguição de Licínio que tinha ficado com a parte oriental do Império Romano. Embora no ano 313, Licínio tivesse promulgado, junto com Constantino, o Edito de Milão que concedia liberdade de culto aos cristãos, no fundo, ele continuava a vê-los como inimigos. Proibiu os cristãos de se reunirem, de celebrarem e pregarem, confiscou os bens das comunidades cristãs e expulsou da corte e do exército todos os que se negavam a prestar culto aos ídolos romanos. Muitos cristãos conseguiram fugir para as montanhas, mas os que foram presos e confessaram sua fé foram submetidos aos mais terríveis suplícios. Entre os perseguidos estavam 39 soldados e oficiais, expulsos do exército romano por haverem se convertido ao cristianismo. Na cadeia para onde foram levados, eles escreveram uma carta coletiva, assinada por Melécio em nome de todos e que se conserva até hoje. Nessa carta eles se despedem dos pais, esposas, filhos e de todos os irmãos da Igreja, exortando à paz e união fraterna. Santo Efrém conta que antes de serem queimados vivos, eles foram colocados imóveis e nus durante toda a noite, num tanque de água gelada. Contudo nem o gelo que roxeava a pele a ponto de deixá-la pregada na carne, nem as dores e calafrios, conseguiram demovê-los. No início eram 40, mas um deles, já quase sem vida, correu para o tanque de água morna que havia sido colocado ao lado, como uma opção para os que quisessem renegar a fé cristã. Ao amanhecer, os corpos já sem vida dos 39 mártires foram queimados, e suas cinzas lançadas nas águas de um rio. A Igreja guardou seus nomes: Viviano, Cândido, Leôncio, Cláudio, Nicolau, Lisiníaco, Teófilo, Quirão, Donulo Dominicano, Eunóico, Sisínio, Heráclito, Alexandre, João, Atanásio, Valente, Heliano, Ecdício, Acácio, Hélio, Teódulo, Cirilo, Flávio, Severiano, Valério, Cuidão, Sacerdão, Prisco, Eutíquio, Eutiques, Esmaragdo, Filotíman, Aécio, Xantene, Angias, Hesíquio, Caio e Gorgônio. No passado, Licínio negou a 39 homens o direito de expressarem sua fé. Hoje no Brasil, apesar da liberdade de culto que dá a cada um o direito de escolher sua religião, muitos dos que, por acreditar numa civilização mais humana e justa, procuram viver sua fé no mundo da saúde, da escola, do sindicato e da política, são considerados um perigo para o poder vigente e postos à margem das decisões e dos benefícios, atirados nos tanques gelados e mortais da exclusão. |
ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA BRASIL |
São Pedro |
Paróquia de |
10 DE MARÇO |
OS SANTOS MÁRTIRES DE SEBASTE |
FONTE: LIVRO SANTIDADE ONTEM E HOJE, POR ZÉLIA VIANNA, PUBLICADO PELA PARÓQUIA DE SÃO PEDRO |
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